O Brasil é o país do Futuro (?)

Em nosso país (o da soja e do petróleo), com essa violência desmedida (com assassinos, covardes, estupradores e ladrões R.R) com essa educação de péssima qualidade (em que professores são tratados como lixo), com os políticos e muitas pessoas das mais corruptas do planeta (corrupção que não é exclusividade apenas dos nossos eleitos), com essa assistência à saúde que vai de ruim a pior, com esse "oba-oba" festivo de desperdício de dinheiro público em obras pra Copa do mundo, com essa subserviência à Senhora Fifa, com um transporte público ruim, com todo esse analfabetismo funcional, com mais de duzentas mil pessoas “tocadas” de suas casas por causa das obras de infraestrutura (algumas das quais jamais sairão do papel) pra tal Copa e Olimpíadas, com essa “violência-repressiva-ditatorial” às manifestações que são garantidas pela nossa Constituição Federal (com uma incompetência total de nossa polícia, que deveria proteger e não “descer o bambu”  na população), com tudo que é errado e descabido, com essa cambada de políticos aplaudindo a ação desastrada das tropas de choque rememorando o  regime militar etc., etc., E ainda tem gente reclamando de protesto e achando que AI-5, AI-6 e Estado de Exceção é exagero? Ah, por favor, meu povo!...  

por Leonardo Vieira

Passado de Cenas

Agarre a chance e recolha as armas, / Você ainda é muito jovem p'ra entender: / Em julho, você beijava suas amigas / Em agosto, você faltou às aulas / Agora, vamos ver quem dá a vida p'ra quem / Essa é a direção, escolha as companhias, / Carregue as armas e comece o combate / Em que você está desde que nasceu. / Veja o que sobrou de nossa amizade: / "Apenas a realidade a ser encarada." / Ela veste a capa preta da nostalgia / De um século que se passou na última sexta-feira / Enquanto, "por Deus", em vão, / Eu procurava entender a razão / De um duelo sem igual / Em que as maiores conquistas / Se realizam nos grandes sofrimentos / e talvez na ambição / Porque nos ''momentos felizes'', / O tédio é demais para o egoísmo / E o que fica é a realidade a ser encarada. / By Leonardo Vieira da Cunha

As vezes você me dá arrepios / Mas eu vou seguir em frente / Porque agora eu seu que não existem desvios / E nem o livro da vida que consome os dias / Vai me convencer de fazer o contrário. / Não há sermões que me contrariem / E nem visões que me tirem a razão / Nada, nada, nada vai me fazer desistir. / Por que viver assim, / Se essa ideia sem fundamento não me deixa te amar? / Por que esse temor no seu calcanhar? / Mulher, no meu caderno / Tenho desenhos que fazem você levitar / Você disse que tem medo de me magoar / E não quer assumir que pode me amar / "Você acha que vivendo a liberdade na solidão, / Terá o dia prometido / Que a esperança sempre injenta em suas veias". Em um livro tenho desenhos / Que fazem seus olhos brilhar / Eles mostram que você não cultiva a frieza / Mas a paz; um paz; que duplica sua beleza / Que me abriga, me protege / E tira da minha mente toda a desordem... / Valeu!

...

Não te espero aqui Como um pensamento de vaidade, Perdido nas linhas do tempo Da imaginária felicidade. Eu sei o seu nome E você está nos meus sonhos, Me seduzindo Com o perfume de seus cabelos, Me hipnotizando Com o mistério Que escapa de seus olhos De um castanho profundo Nas noites implacáveis Nas noites implacáveis Nada acontece E eu me olho no espelho Tentando vasculhar minha própria mente E você - minha heroína Me liberta da catástrofe iminente Da essência desordenada Nas noites implacáveis Nas noites implacáveis. By Leonardo Vieira da Cunha

Renovatio

Esperando que as coisas se acertem,
Talvez a felicidade venha por um momento
Mas só atitudes trazem mudanças
Só atitudes agradecem.

Você não deixa ninguém se aproximar
E até se sente feliz por isso
Porque assim ninguém vai te deixar.

P'ra mágoa no coração seria um alívio
Se não fosse um ato louco de obstinação
"Não fazer nada" não é a solução!
"Não fazer nada" não é a solução!

O infinito não faz sentido algum
Quando seus sonhos
Se perdem junto aos destroços do tempo
Destroços do tempo
Que a vida não cansa de deixar ao relento.

Agora, ninguém vai me dizer
Que a felicidade pode estar na mesa ao lado
O espetáculo está feito, o que fazer?
Os copos estão vazios
E os olhos cheios de ciúmes
Cheios até a borda.

Nunca mais eu quero me sentir assim:
Ver nossos sonhos se escoando
E se perderem, muito além
Muito além das portas do tempo.

By Leonardo Vieira da Cunha

NTNI

Um número de telefone não identificado,
Cruzou a órbita dos meus pensamentos
Será que é você, a pessoa que tenho esperado?
Abra seus braços, mostre sua identidade,
Feche seus olhos, crie uma possibilidade.
Preciso de seus beijos e do sol
Que é o calor do seu corpo
Preciso entender as sombras
Que transformam a arte
Dos seus olhos em perfeicão.
Abra seus braços, eu vou te buscar,
Feche seus olhos, eu quero te amar;
Porque eu não posso resistir
Eu não posso aceitar:
Ver você sozinha,
Sozinha e se arriscando durante a noite
Só pra contrariar seus pais
Você e o seu ataque adolescente
Eu não posso suportar:
Sua lucidez inconsequente,
Sua busca em madrugadas vazias
Pela proteção de um manto,
Que como um feitiço noturno
Fará toda dor desaparecer
Como se houvesse um remédio para a morte
E um antídoto para a vida...

"Eu espero que um dia haja remédio contra toda estupidez"

By Leonardo Vieira da Cunha

Sem Lamentações

Todos os dias você vai à escola

Mas volta não se sabe de onde

Conta outra, que esta não cola.

Você sempre olhou em outra direção

Os carros passaram, as ruas ficaram,

E longe, às milhas, se vai um coração.

As vezes só lhe faltava empolgação

E muitas coisas nunca farão sentido

E há quem dirá:

- Pra sua alma não há salvação.

O barco é o mesmo para todos

Mas a primeira classe tem os escolhidos

Os primeiros serão os primeiros

E os últimos serão engolidos.

Escapo do afogamento, mas vejo o fogo

Não passa de um lamento,

Quando deixa de ser apenas um jogo.

Qualquer dia desses pego meu capacete

E me transformo em aríete

Então me chocarei contra a indiferença

No final será uma explosão, mas e daí?

É só orgulho, não faz diferença.

O barco é o mesmo para todos

Mas a primeira classe tem os escolhidos

Os primeiros serão os primeiros

E os últimos serão engolidos.

O relógio parou

Enquanto eu me atraso

Me perco num abraço

Em meses passados, passados em vão.

Não quero que no futuro

Você olhe para trás: - Veja o que perdeu!

Eu te amo e você não entendeu

Não quer saber e faz pouco caso.

O barco é o mesmo pra todos

Mas a primeira classe tem os escolhidos

Os primeiros serão os primeiros

E os últimos serão engolidos.

Então escapo do afogamento

Mas vejo o fogo

Não passa de um lamento

Quando deixa de ser apenas um jogo

Quando deixa de ser apenas um jogo.

By Leonardo Vieira da Cunha